No Brasil, o quadro é o seguinte: a população utiliza principalmente dois meios de pagamento na compra de produtos ou na contratação de serviços: cartão de crédito ou boleto bancário.
Mas qual é a taxa de utilização dos dois? Cada um dos meios de pagamento é mais utilizado em um mercado específico e possui suas peculiaridades de uso. Este artigo vai te dar uma ideia de quando é melhor usar o boleto e quando é mais interessante usar o cartão de crédito.
Qual é o panorama do uso do boleto no Brasil?
Segundo dados da Associação Brasileira de Bancos Febraban, os boletos já representam grande parte das transações, com mais de 4 bilhões sendo gastos anualmente no Brasil.
O Sebrae, em estudo realizado em 2016, apontou que o boleto foi o segundo meio de pagamento mais aceito no e-commerce nacional com 75% de aceitação pelos lojistas.
Quais as perspectivas para o uso de cartão de crédito no Brasil?
O cartão de crédito aparece na vanguarda como a forma de pagamento mais utilizada no comércio eletrônico no Brasil, segundo a mesma pesquisa do Sebrae, o cartão de crédito é o mais popular com 89 % de estabelecimentos que oferecem este formulário aos seus consumidores.
Os estabelecimentos oferecem este formulário porque o consumidor tem interesse em utilizá-lo. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS), 96% dos portadores de cartão com mais de 18 anos e residentes em cidades com mais de 100 mil habitantes utilizam o cartão de crédito. Crédito todo mês e 55% todos os dias.
Segundo a mesma ABECS, foram processados R$ 842,6 bilhões com essa forma de pagamento em 2017. Esse valor apresenta um crescimento de 12,4% em relação ao ano anterior de 2016, no qual foram movimentados R$ 749,7 bilhões.
Se compararmos o PIB brasileiro de R$ 6,6 trilhões em 2017, o valor transacionado com cartões de crédito seria cerca de 15% do total.
Além disso, muitos brasileiros optam por pegar empréstimos através de instituições financeiras bancárias devido a sua facilidade de acesso e a possibilidade de obter grandes quantias de dinheiro.
Tipos de empréstimos comuns:
- Empréstimo consignado
- Antecipação de 13º salário
- Empréstimo pessoal
- Empréstimo no cartão de crédito
Mídias digitais superaram saques em dinheiro em 2017
A Associação também afirma que 2017 foi o ano em que a mídia digital (que eles definem como cartões de crédito, débito e pré-pagos) superou os saques em dinheiro. A primeira administrou R$ 1,36 trilhão contra R$ 1,31 milhão em moeda física.
Os cartões de crédito, débito e pré-pagos já alcançaram grande importância no consumo e na economia do Brasil, destaca Ricardo Vieira, Diretor Geral da ABECS.
De acordo com nossa projeção, em 2018 tivemos R$ 1,5 trilhão em compras dessa modalidade no Brasil. Para se ter uma ideia, os cartões responderam por 35,4% do consumo das famílias brasileiras no terceiro trimestre.
Quando é melhor usar cada método de pagamento?
Agora que você sabe a importância de ambos os métodos de pagamento, em que situação é melhor usar um ou outro? Não existe uma fórmula perfeita para definir isso. Mas podemos obter alguns insights analisando o comportamento do consumidor.
Vejo uma tendência de transações mais instantâneas com cartões de crédito, comenta Johan Hendrik Poker Junior, professor do curso de administração da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp. No longo prazo, já vejo um movimento maior em relação ao boleto, com o cartão ainda presente.
Porque o processo de parcelamento com cartão de crédito ainda é muito burocrático e acaba com ele.
Boleto é melhor para transações de maior valor, seja para compra de produtos ou assinatura de serviços. Você paga um valor fixo pela transação, em torno de R$ 5,00, ao contrário do cartão de crédito, que é uma taxa que costuma ficar em torno de 3%, explica André Baldini, CEO da Superlógica.
Imagine uma escola cuja mensalidade costuma ultrapassar 500 reais. Com o Boleto você paga uma taxa de R$ 5,00 e com o cartão esse valor sobe para R$ 15,00. Nesse caso, o boleto vale muito mais a pena.
No entanto, o cartão é mais vantajoso para valores menores devido ao menor índice de falhas. Imagine um clube de assinatura de livros por R$ 30,00 por mês.
Quando o cliente quer pagar um boleto mensal, o atrito pode fazê-lo pensar: eu preciso mesmo dessa assinatura? No mapa isso não acontece porque ele deixa lá e esquece. O cartão de crédito reduz a migração voluntária (cancelamento), resume André Baldini.
Cada caso é um caso
De qualquer forma, como a maioria dos problemas de negócios, cada caso é um caso. É possível que não haja um modelo de cobrança de dívidas dominante, mas dependendo da estratégia de negócios, as empresas podem usar um método ou outro, explica Adalberto de Souza Luiz, especialista em capitalização e serviços financeiros do Sebrae.
Entender as preferências do público-alvo é fundamental para essa decisão; daí a existência dos diferentes formatos.
Então, para poder atender um número crescente de consumidores, as empresas devem acabar oferecendo as duas vias.
O grande problema é que um é completamente diferente do outro, principalmente se olharmos para a forma como são geridos. Isso leva sua empresa a ter que se preparar para o fato de que ambos podem ser usados.
